domingo, 19 de maio de 2013

Está próximo o dia. Saber esperar!?

 

Muito tempo passou desde a última vez que aqui escrevi, desvirtuado que senti este espaço e, culpado talvez, pelo afastamento da minha amiga R. que, adivinho, tenha ficado melindrada, com sinceridades minhas. Não foi por mal, se o seu afastamento fica assim justificado, mas perante os outros, e sobretudo perante mim, tenho que ser eu própria, genuína. 

 Mas hoje apresenta-se um ponto de viragem. Algo que me faz procurar um fio condutor no meu caminho em direção ao plano traçado ao longos destes meses - o caminho até Santiago. O Camino até Santiago de Compostela.. 

Incrível analisar o balanço dos últimos meses: mudei tanto, cresci tanto, afirmei-me sobretudo na minha identidade, graças não só à minha abertura, Paz e entrega ao Universo mas sobretudo pelo préstimo que várias pessoas, individualmente, tanto enriquecem a minha vida. Mudei, reforcei alguns valores, defini metas e sei onde quero chegar. Claro que tenho dúvidas, muitas dúvidas, o percurso a seguir. Sigo o meu ritmo, faço-me acompanhar pelas pessoas que me acarinham, e divirto-me na viagem. Assim, quero também ir a Santiago, no próximo mês. Uma breve viagem, de orientação, que me permitirá conhecer os meados deste misterioso trilho, e absorver o que poder para, em cada minuto, em cada sinal, em cada partilha, absorver toda a felicidade que só quero agarrar no meu dia-a-dia, cada dia. 

Estou ansiosa, tenho que tomar decisões. E não tenho respostas. Preocupa-me essa semana com o filhote, as férias involuntariamente (in)definidas. Preciso agir quando a palavra de ordem é...esperar. Esperar ou agir? Pensar ou pedir? Organizar ou arriscar? Gostava de saber. Mas o que eu sei, o que apenas sei, é que quero ir. Quero ir agora. Agora em Junho. É agora! O assunto resolver-se-á. Só estou em dúvida se estou envolvida na resolução, ou sou parcialmente alheia ao seu desenvolvimento. 

Uma espera dinâmica é necessária. Mas que ultrapassa a minha natureza. É sensato? 
Diz-me Tu!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Eu. E as outras pessoas.

Faz já algum tempo que não escrevo neste blog. Perdi-me. Confesso. E, pior, não pretendo re-definir a minha rota.
Alguns episódios curiosos têm marcado a minha vida, nas últimas semanas. Novas pessoas, novas vivências, novas perspetivas. Confrontos muito positivos que me provocam e me questionam se é de facto a Santiago de Compustela que deverei ir.
Desde o primeiro dia que visionei esta viagem que reconheço não o fazer por aprofundamento espiritual. Entendo, na minha ingénua sabedoria, que esse caminho de auto-conhecimento, partilha, autonomia, já o vivi e aprofundei. Admito, por outro lado, que quero fazer este percurso em benefício dos outros e, talvez, não tanto em mim e nas minhas necessidades. Sinceramente não compreendo esta conclusão mas, assim é.
Renovei uma parte de mim, recentemente, e pretendo seguir essa direção. E se isso implicar deixar pessoas para trás, terei que fazê-lo friamente. O desapego, é pois, inevitável. E se por um lado me entrego de corpo e alma ao que faço, ao que sou, criando um apego profundo, se o fizer sem condição, então fica mais desvincular-me emocionalmente. Ou, pelo menos, é mais fácil.
O meu prazer na vida é mesmo ajudar as pessoas. Portanto, tenho dúvidas se é no camino que poderei desenvolver tais competências...Se eu quiser, então poderá ser em qualquer lado. Mas, na verdade, fujo da solidão, não a quero mais. Quero viver rodeada de pessoas que posso amar, que me ajudem a compreender o milagre da vida e me façam, cada dia, uma pessoa melhor. E, perceciono que no camino, percurso individual, autonomo, não conseguirei ajudar alguém na dimensão com que desejo fazê-lo...profunda e continuamente.
Aliás, esta constatação, resulta também da frustração recente do afastamento de uma amiga, que me rejeita, ignora, perdida no seu mundo desvalorizando a minha afável aproximação. Processo que até disvirtua este blog pois sinto que perdeu privacidade e inflinge, despropositamente, em prejuízo alheio. Perdi a confiança em escrever aqui. Cansei entretanto de ser irreconhecida e afável para aqueles que me magoam.
Tenho que seguir o meu precurso. E porque já estou a fazê-lo, talvez não será em Santiago de Compustela que rentibilize esta busca de Amor e partilha.
Deixo fluir. O Universo me guiará segundo os meus ideiais. Cansei de estar sozinha. E de carregar fardos pesados, fazer esforços. Quero curtir, conhecer pessoas e locais, descobrir novas formas de estar e de escrever.Tenho direito, e mereço, uma vida mais light, junto de quem me queira. E pelo máximo de tempo possível, assim haja Amor. Nem mais.

sábado, 12 de janeiro de 2013

BabySOL desvia-me!

 
 
Fiz um desvio. Breve. Feliz. E estou muito contente com isso. Sinto-me bem, útil, e acho importante a partilha entre as pessoas. E, sobretudo, a possibilidade de partilhar algo muito meu - o meu projeto BabySOL.
Curioso como o tempo passa e sempre me interroguei qual o caminho que o meu percurso tomaria depois de frutrar com ele, em resultado de uma entrega desmesurada e uma absoluta má gestão de tempo em função de outras prioridades. Mas, naquele momento, e sem dúvida assegurando minimamente tarefas que não me preenchiam a alma, arrisquei demais. Entreguei-me, contudo, de corpo e alma. Fiz tudo o que deveria ter sido feito, sim, fiz. Se calhar até demais, se calhar, até com pouca estratégia, definindo aleatoriamente o terreno. A vulnerabilidade que me chegou depois da separação foram motivo mais que suficiente para me ausentar, triste que estava pelos frutos dispersos.
Colhi alguma notoriedade, cresci muito, e consegui um bom lugar profissional na Universidade de Aveiro. O know-how, todo esse conhecimento absorvido em anos loucos de trabalho, ficou comigo, faz parte do produto de mulher, que hoje sou. Sinto-me feliz com o meu desempenho profissional e em parte devo-o, bem sei, à agressividade com que trabalhei em BabySOL lutando desesperadamente por um sonho e por um lugar remunerado, perante a situação de desemprego pontual. Pensei mal, sei hoje. Mas, o que me conforta hoje é que tentei. E gozei. Gozei muito. Vivi momentos muito intensos, de pura adrenalina, loucura total, Foi um processo giro que amei. E me enriqueceu imenso como pessoa e como profissional. E que aceito fantásticamente bem reviver novamente, aceito sim, aceito sim, sim! Fico na expetativa de ver próximos acontecimentos.
Tenho pois estado focada no trabalho todo que reuni ao longo de anos. É importante canalizar toda essa informação e vou consegui-lo. Tem sido um processo interessante e revelador, cada dia. Às vezes fico absorta em momentos únicos, reais, semelhantes.
Tenho sido muito minha amiga, um processo novo. E tenho dançado muito em jeito de comunhão com Deus, ajudando-me a acreditar em mim, a ser paciente e esperar a Sua ação. Sinto-me feliz, sinto-me bem...há magia no ar!
Sim, mantenho o meu objetivo de ir a Santiago de Compostela, claro que sim, mas tenho calma, vejo como a vida evolui...e espero. Tenho a mochila por perto, estou contente por levá-la agora às costas até à Bélgica. Fazer treino numa grande missão: ver a minha querida madrinha. Será grande o espírito empreendedor, e de aventura, que me acompanha. Vou curtir cada segundo, vou, vou!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Kilos de Amor...para distribuir!



Hoje estou muito feliz! E quero partilhar...comigo, com todos, com tudo!
Tenho vivido verdadeiros momentos de graça desde que aprendi a amar-me! Deixar fluir, saber esperar, saber perdoar, são peças fundamentais que, conciliadas com a confiança e a auto-estima nos tornam fortes.
E, neste curto espaço de tempo aprendi, por empenho e reflexão, duas competências excepcionais.
 
Primeiro:
- Sonhar por etapas! Ter sonhos pequeninos para chegar ao sonho grande: tal qual como chegar a Santiago de Compostela. É preciso apenas desejarmos chegar à próxima paragem. Depois desejarmos mais uma e mais outra. E, a pouco e pouco, com força, preserverança, fé, dando o melhor de nós, acreditando, dando Amor, recebendo, levamos o nosso objectivo até fim, até ao extase!
Segundo:
- Orar em comunhão com Deus: se todos fazemos parte de Um, tal qual como penso e acredito, então a nossa relação com o Deus maior, e que une cada um do nosso Deus interior, então a nossa relação com Ele deve ser de igual para igual. Assim tenho cumprido a minha mais respeitosa relação e comunicação quando Lhe preciso de pedir, contestar, reclamar, agradecer, honrar, louvar. E fazia-o em jeito de conversa informal, quase sempre interior, sem recorrer à submissão que os joelhos dobrados impõem. Descobri, na minha caminhada para Santiago de Compostela, iniciada o mês passado :-) que se orarmos a Deus no momento em que procurarmos o nosso "centro" então a comunicação será mais efetiva, mais cristalina. Sem ruído. O meu "centro" - dançar - é o que me dá mais prazer de fazer na vida, é o que me faz feliz, é que me equilibra, é que me inspira, é o que me faz amar...eu, os outros, tudo! Então, nesse momento máximo, se orar a Deus, a congregação será máxima também.
 
Estou muito feliz por estas 2 descobertas. Estar aberta ao mundo, saber equilibrar-me, definir os meus objetivos, traçar metas, é fundamental e eu agradecendo cada passo, cada oportunidade, cada raio de luz, cada lufada de ar, cada pessoa que abençoa o meu caminho e me dá a oportunidade de ser eu, eu própria.
Torce por mim, Universo. Sabes o que eu quero. Deixa-me chegar lá. Eu vou fazer todo o trabalho de casa...di-rei-ti-nho! Sério.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Discernimento & Coragem: deitar o lixo fora!

Estes últimos dias foram intensos, difíceis, e quanto mais pensamos nisto, mais coisas chegam. Deveria ter-me isolado, uma hora que fosse, falhei ...e compliquei.
Depois fico mais sensível, vulnerável e vejo tudo enublado.
Termina hoje o ano. E dou por mim cansada, desiludida.
Trabalhei muito, e de coração. E fi-lo, Deus sabe, com luta, coragem, Fé, Amor. Valores que construí, e cimentei, à volta da minha preciosa independência. Meu Deus, como tanto me tem custado esta independência. Por vezes à força. Por vezes, calando, fazendo prevalecer a vontade dos outros sobre a minha. Por vezes privando-me de gozar mais, relaxar mais.
Estou cansada.
Cansada de esperar apenas o MESMO dos outros, cansada de dificuldades, cansada de sonhos adiados, burra que me julgo em sonhar.
É altura de mudança, de vida boa. Tenho lutado por isso, quero isso.
2012 fica para trás como um ano louco, de transição. Mudei 2x de casa, loucura total. Sendo que mudei, da última vez, para a casa que herdei, de família. Quem diria? Pois, mas o mérito, esse, foi todo meu. Tanto trabalho foi. Tantos obstáculos foi preciso transpôr para deixar tudo pronto para mim e para o filhote? Despesas, despesas, despesas, que quero libertar-me rapidamente.
Desvinculei-me da chantagem emocional do Paulo. Grande vitória. Parabéns Solange. Cresceste imenso em todo este absurdo processo de separação e jamais ouserás que alguém, até tu mesma, inflinja sobre o teu bem-estar. Pois, tu mesma, pois és talvez, e neste momento, a tua única ameaça.
Estreitaste, perfeitamente bem, a relação emocional com o Gabriel, quebrando preconceitos, paradigmas egoistas vindos de outras paragens. Estar bem com nós próprios é, indubitavelmente, termos a coragem de sermos nós próprios, em qualquer circunstância. Mesmo perante os nossos filhos, sem dúvida, a parte mais fraca de uma mãe, é um verdadeiro duelo...emocional. Mãe, eu, que tento dar cada dia ao meu filho, o meu melhor: o meu Amor por ele. O melhor de mim.
O voluntariado foi a melhor forma que encontrei para me ajudar. Perceber o quão sou privilegiada hoje, e quanto mais ainda posso aproveitar nos anos vindouros, alivou a minha carga. Além disso, aproximar-me dos outros, é aproximar-me de mim, aceitar-me, perdoar-me, amar-me.
Comecei a trabalhar a tempo inteiro em Novembro, depois de um grande desafio iniciado, ocasionalmente, em Agosto. Dei o meu melhor, ainda que cheia de medo. Confesso. Estou muito contente com o trabalho da UA e agora de Lousada. Obrigada Universo. Sinto força e optimismo para realizar este trabalho da melhor forma possível, honrando os compromissos e as pessoas que comigo trabalham, que de mim esperam.
Agradeço-te Universo, de alma e coração, o que me chegou m 2012. A minha Paz, o bem-estar do filhote, a minha casa, o Amor por mim própria que, bem sei, ainda precisa ser melhorado. Desiludo-me muito, ainda. Espero demais dos outros e de mim. Esbarro constantemente em dificuldades. Não tenho guia. Faltam pessoas por perto. A mochila está pesada, fonix!
Eu disse: a mochila está pesada! Preciso de ajuda para carregar! Preciso de ajuda para carregar...Ouviste? Preciso de ajuda para carregar. Está leve, está, mas carregar sempre, sempre, pesa e cansa, sobretudo nas subidas e nas derrapagens, quando a caminhada se torna tão agreste que nos impede de mirar o Sol, deslumbrar as borboletas, dançar com a chuva...
O que está a falhar? O que tenho que mudar, em 2013, para renovar forças, e conseguir alcançar os meus novos objectivos - saldar contas todas, ver madrinha, ter um namorado?
Onde está o problema, diz-me. Onde está o problema?
AMAR-ME?

domingo, 30 de dezembro de 2012

Fazer a mochila: acessório #4: a Lua

Adoro a Lua. Misteriosa. Elegante. Presente. Surpreendente cada dia.
Curiosamente faz-me lembrar uma pessoa com quem poderia ter-me relacionado há tempos mas nunca aconteceu. Melhor assim. Penso hoje que a nossa relação teria sido muito atribulada, agitada. Ele adorava a Lua. E eu deixei esse assunto bem resolvido. Mas quando vejo a Lua, lembro-me dele... Apenas. E da desilusão que vivi, tonta. Foi preciso. Queiramos, ou não, somos seres transportadores de memórias, de vivências, de recordações. E acho saudável enfrentá-las todas, sempre que surjam, e auscultar entretanto o meu coração tentando medir a emoção em cada momento, quiçá a mesma, ou porque não mais forte? Ou residual. Tem sido um processo interessante perceber como tenho arrumado bem a "minha casa". E estou muito satisfeita por isso.
Pois bem, a Lua, tem sido culpada de algumas desilusões que me chegam. E acho, embora não queira, que tenho que aprender a lidar com isto. Ou não. Simplesmente aceito. Não sei bem. Afinal, no meu mapa astral, a Lua é regente, em Peixes, e serei sempre sonhadora. Boa!
Gosto da Lua, amo a Lua. E o que ela significa para mim: sonhar.
Sou uma sonhadora inveterana, adoro sonhar. Ajuda-me a encarar cada dia com mais força, com mais optimismo. E, importante, a dar pistas ao Universo daquilo que quero para mim. Porque acredito que Ele ouve e o meu Sol orienta-se. Digo eu. E sonho, rio, sorrio, amo, divirto-me, facilito, suavizo a carga, descanso mais, disfruto mais.
Mas às vezes vem uma pulguinha, na minha orelha, que diz: "Solange, vai com calma." ou "Acorda". Fico aborrecida, contrariada. Fico com medo. Não quero conhecer outra realidade, quero continuar a sonhar, quero continuar a acreditar, quero viver assim MAS nunca ficar desiludida. Pode ser?
Estou apaixonada pela vida, por mim, e por uma pessoa fantástica. E tenho esse direito. E gosto muitooooooo. E quero continuar a acreditar nisso e a trabalhar para isso. E acredito que o Universo me vai ajudar. Seja lá o que isso for. E quando for.
Ainda não sei gerir muito bem estas frustrações. Aceito o que me chega. Que remédio! Mas às vezes quero contestar, gritar, reclamar, quero mais! E outras coisas. Posso?
E agora estou nessa onda. Corro riscos? Corro. Mesmo assim continuas a pedir e a acreditar? Sim. Sabes disso? Sei. Então? Então não te queixes. Só tenho que ter cuidado para não insistir em determinadas questões, e se tal acontece, é porque a culpa é minha e devo re-definir estratégias. Compreendido. Em prática.
Mas, Universo, deixa-me sonhar. E lutar por aquilo que quero. Sinto-me rejuvenescida agora que encontrei uma pessoa muito especial. Tem tudo a ver comigo: a sua sensibilidade, o seu amor à vida, ás pessoas, à Fé. Ajuda Universo, é só o que Te peço. Aguardo um sinal dele, diz-me o meu coração.
Entretanto a Lua faz-me sonhar dia e noite. E a pulguinha lá surge, uma vez por outra em jeito de aviso. Altura de deixar fluir. Esperar. Diz a minha intuição.
Preocupa-me no camino não ter isolamento suficiente para ouvir o meu coração. E arrumar a "minha casa". Preciso de espaço diário para equilibrar-me. Sentir a Lua, viver os sonhos, escutar a "pulguinha" e ouvir a minha intuição, o meu coração, o meu Sol que rege toda a minha existência.
Esta situação é fundamental para o meu equilíbrio, diário! Isto é o meu ritual sagrado de Feng Shui que terei, não sei como, que transpôr para a minha casa ambulante: a minha mochila! Outro dia falarei sobre isso e também do reiki, duas competências que me têm ajudado imenso! Fui :-)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Fazer a mochila: acessório # 3 - uma bússola

Avó é mãe com açucar (Natal 2012)

Mãe, porque foste embora?
porque me deixas-te sem avisar
num dia frio, de inverno, sem que pudesses
conhecer o meu filho
sem que pudesse pedir-te desculpa
sem que pudessemoss falar, rir, chorar, partilhar, um pouco mais
 Porque tive que aprender a respirar
depois de fechares os olhos
porque tive que aprender a andar
depois de teu último suspiro
sem que pudesse dizer-te adeus
sem que pudesses abraçar-me
sem que pudessemos ter uma vida igual a tantas outras
uma família comum...

Porque foste, Mãe?
Porque me deixaste antes de receber o meu canudo
e te entregasse o meu filho
porque foste, Mãe?
Sem que eu proferisse a palavra neto
assim, sem avisar, um dia...
Logo depois do papá e sem que alguma vez eu recuperasse

Não consegui ver-te Mãe, inanimada
Sei que foste embora, que partiste, e estás em Paz
mas preferi assim, lembrar-te de ti de outra forma
menos gritante do que o papá.
Porque foste Mamã?

Ainda havia muito para falarmos
Para partilharmos
Para me guiares, mesmo nos nossos conflitos
que me ensinaram a crescer
Porque foste Mãe?

Porque foste Mãe? Porque foste...?
Sigo as pesadas do meu destino, à sorte
Esbarrando em paredes, caindo em pricipìcios,
tacteando o céu, as estrelas e a Lua
Queimando-me no Sol, escutando cega o meu coração.

Porque foste Mãe?